terça-feira, 28 de agosto de 2012


E Brasília caminha para se tornar África...

Ou como Agnelo e Filippelli estão afundando a qualidade de vida do Distrito Federal para essa e para as próximas gerações

                                                          (1ª Parte)



         Há alguns anos atrás, o BID trouxe um especialista em transportes para discutir conosco sobre a suspensão dos projetos das Linhas de Metrô do DF. Esse "renomado" especialista culminou sua discussão com a seguinte frase: "Metrô é para país rico. O Brasil tem é de fazer corredores de ônibus".

        Não quero ofender nossos irmãos africanos, mas a África é um continente com terríveis condições sociais e econômicas. O Brasil é a 5ª ou 6ª economia do mundo. Como é que um país que tem de investir em infraestrutura para cidades com mais de cinco ou dez milhões de habitantes vai transportar essa gente em ônibus?

        Vamos primeiro mostrar como seria o Distrito Federal com o maravilhoso sistema de transporte público que estava em andamento, para ser implantado até 2020:

                                                                           Fonte: Metrospectiva 1993, GDF

        No caso específico de Brasília, até 2006, havia três Linhas propostas para o Metrô-DF: a Linha 1 teria 39 estações e ligaria a Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Águas Claras, Guará, SIA, Asa Sul e Asa Norte.  Deveria possuir 100 trens de 4 carros, transportando cada um 1.340 passageiros. Sua meta era o transporte diário de 600 mil passageiros.

       A Linha 2 ligaria Santa Maria, Gama, Recanto das Emas, Taguatinga e Ceilândia. Inicialmente, se viabilizavam 26 estações e 80 trens de 4 carros. Sua meta seria de transportar outros 450 mil passageiros/dia.

      A Linha 3 seria uma extensão da estação do Balão do Catetinho, que unia a linha do Gama com a linha  de Santa Maria. Seguiria pelo Park Way, Riacho Fundo, Núcleo Bandeirante, EPIA, Octogonal, SIA, Cruzeiro e Rodoferroviária. No último estudo, seria estendida pelo Setor de Abastecimento Norte, Água Mineral, até o futuro Terminal Asa Norte. Deveria possuir 22 estações e ter 60 trens de 4 carros, transportando 300 mil passageiros por dia.

     Em 2007, ocorreram dois importantes acréscimos: a inclusão da Linha 1 do Veículo Leve sobre Trilhos e o estudo prévio da Linha 4 do Metro, que ligaria Planaltina, Sobradinho, Condomínios do Colorado até ao Terminal Asa Norte.

    Abaixo, o mapa da Linha 1 do Metrô, com a Linha 1 do VLT:

                                                                                                              Fonte: Metrô-DF/2012

          Já o desenho da Linha-4 apareceu pela primeira vez no estudo do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do DF, quando se imaginou uma rede de Metrôs, VLTs e Ônibus Elétricos (VELPs - Veículos Elétricos Leves sobre Pneus) cruzando todo o Distrito Federal. Além disso, se incluiu o Trem do Entorno, que viria desde Luziânia, via Novo Gama e Valparaíso .
Fonte: Fórum  Estratégico de Desenvolvimento do DF / 2007 (atualizado)
















          Era a maior e melhor proposta de Política de Transporte Público para o Distrito Federal. Estimava-se transportar mais de 1,5 milhão de pessoas por dia. Todo o sistema seria movido por energia elétrica, eliminando-se mais de 1,4 milhões de toneladas de CO2 que o sistema de transporte atual, baseado em ônibus, carros e motocicletas, emite na atmosfera do Distrito Federal.


         E por que esse projeto foi paralisado, engavetado, escondido e substituído pelos Corredores de Ônibus?

         Essa resposta na segunda parte desse artigo. Em breve.