sexta-feira, 29 de março de 2013


Menos de um ano após inauguração, BRT passa por segunda grande obra

  • Com trecho interditado em Santa Cruz, motoristas têm que fazer longo desvio
Obs: O BRT é apenas um ônibus que deve correr por uma pista exclusiva. Deveria ser barato. Mas no Brasil custa como um metrô. E dá problemas como qualquer ônibus.
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Trecho do BRT em obras no bairro de Santa Cruz Foto: Reprodução - TV Globo
Trecho do BRT em obras no bairro de Santa Cruz Reprodução - TV Globo
RIO - Inaugurado em junho de 2012, o BRT Transoeste já passa por sua segunda grande obra de reparos, como foi noticiado na edição desta sexta-feira do RJ-TV. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, há problemas no reforço do solo na área próxima a estação Mato Alto e em uma ponte no trecho em seguida, detectados por fiscais da prefeitura ainda no fim do ano passado, no trecho de Santa Cruz entre as estações Mato Alto e Magarça. Como as obras ainda estão na garantia, a emprenteira Sanerio, responsável pelas obras do BRT, foi acionada para efetuar os reparos sem custos adicionais para os cofres públicos.
As obras começaram no ínicio de março, e estão previstas para terminar em meados de maio. Embora o serviço não esteja interrompido, os motoristas são obrigados a passar por um desvio, no sentido Santa Cruz, entre as estações Mato Alto e Magarça, que aumenta o trajeto em quase um quilômetro. O tráfego é desviado pela Estrada do Mato Alto, na Ilha, ou pela Estrada da Matriz, passando pela Pedra de Guaratiba, e os veículos só retornam ao BRT após a estação Magarça.
Além da distância mais longa do que o tráfego pela Avenida das Américas, os caminhos alternativos têm problemas como asfalto precário e falta de sinalização. Somente os ônibus do BRT continuam seguindo para Santa Cruz pelo corredor, na pista oposta, que teve o sentido invertido. No sentido Barra, os coletivos trafegavam pela pista comum, junto com os demais veículos.













































Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/menos-de-um-ano-apos-inauguracao-brt-passa-por-segunda-grande-obra-7982283#ixzz2OxZQjOZb

quarta-feira, 27 de março de 2013

O CAOS DA MANUTENÇÃO NO METRÔ-DF


                                          

          Essa matéria for publicada no Blog Quid Novi e eu reproduzi aqui, pois reflete exatamente a situação do metrô-DF. Gostei e recomendo a leitura. Abçs, Ambiente e Transporte.


                        O CAOS DA MANUTENÇÃO NO METRÔ-DF   

          As crises da manutenção do Metrô-DF estão mostrando a ponta do iceberg da terceirização da manutenção do metrô de Brasília. Em 8 de março, o trem 23 sofreu uma pane no sistema de tração, segundo a assessoria do Metrô-DF. Os eternos porta-vozes da operação e da manutenção do Metrô-DF, José Soares de Paiva e Fernando Sollero foram rápidos em afirmar que foi uma pane rápida e que os passageiros quebraram as portas e janelas desnecessariamente, pois “o trem paralisado já iria chegar à estação”. Resta saber dos passageiros espremidos dentro dos trens por 20 minutos o que eles achavam...
                A questão de fundo é que o metrô de Brasília é um dos poucos metrôs brasileiros que terceirizou sua manutenção. E isso se dá por um contrato milionário que é arbitrado pelo governador Agnelo Queirós e pelo vice-governador Tadeu Filippelli. Somente em 2011 o metrô gastou mais de 111 R$ milhões na manutenção dos apenas 32 trens que possui. E dentro de alguns dias será publicado o balanço anual do Metrô, mostrando um gasto com a manutenção ainda superior.
                Se formos comparar com o Metrô-Rio, que tem mais de 100 trens, que transporta mais de 650 mil passageiros/dia e que gastou pouco mais de R$ 31 milhões, a diferença é de quase 250% a mais contra o metrô do DF. Para comparar, o metrô do DF transporta apenas 140 mil passageiros / dia e não tem integração metrô-ônibus.
                Se levar em consideração que o Metrô-DF avaliou seus 32 trens em R$ 79,6 milhões, significa que cada trem está avaliado em menos de R$ 2,5 milhões. Entretanto, cada trem custou mais de R$ 3,4 milhões em manutenção no mesmo período. É como um Pálio ou Gol usado custar R$ 10 mil reais e o dono gastar R$ 13,6 mil em peças, fora a gasolina!

O que está por trás?

                Em 1998, um contrato temporário assinado pelo então governador do DF pelo PT, Cristovam Buarque, estabelecia um gasto estimado de R$ 29 milhões para que o Metrô-DF funcionasse provisoriamente com manutenção terceirizada.
                Era véspera das eleições de 1998 e o Governo do Distrito Federal (GDF) havia perdido muito tempo e dinheiro para concluir o metrô. Ao tomar posse, em 1995, Cristovam paralisou as obras que tinham consumido todos os R$ 690 milhões de seu custo inicial e ainda estavam com quase 40% incompletos.
                O antigo secretário de obras do DF, José Roberto Arruda havia torrado todo o orçamento, sido eleito senador e deixado o DF repleto de buracos, obras paralisadas, canteiros abandonados e um estouro nos custos previstos.
                Somente em 1997 as obras foram retomadas e começou-se a chamar os aprovados do concurso de 1994.  Houve um grande número de desistências, pois os salários estavam defasados. Vários aprovados no concurso do Metrô-DF haviam sido aprovados em outros concursos melhores e nem tomaram posse.
                Pressionado pelas eleições, Cristovam e sua equipe de marketing decidiram colocar em funcionamento o metrô de maneira precária, através de terceirização da manutenção, até que contratassem todos os 1.600 empregados necessários e comprassem todos os equipamentos de manutenção, estimados na época em R$ 400 milhões. Era importante fazer parecer ao eleitorado que o PT tinha resolvido o problema do Metrô.
                Só que a maioria do eleitorado não gostou do governo Cristovam e trouxe de volta Joaquim Roriz, que nomeou como seu secretário de obras Nelson Tadeu Filippelli. Filippelli era casado com uma sobrinha da primeira-dama dona Weslian Roriz e era considerado como “da família”.
                Só que ao invés de comprar os equipamentos necessários para a manutenção do metrô e chamar os concursados, Filippelli mandou manter a terceirização da manutenção. Com isso, o Metrô-DF já gastou mais de R$ 1,2 bilhão desde 1998 em manutenção. Daria para comprar três vezes o equipamento de manutenção necessário para o Metrô-DF executar a própria manutenção.
                Quando José Roberto Arruda foi eleito governador, a aliança entre Arruda e Felippelli passou pelo Metrô e pela Terracap.
                Quando Agnelo foi eleito governador, o cargo de vice-governador de Nelson Tadeu Filippelli ficou responsável por todas as obras e pelo transporte, especialmente o Metrô-DF. Surpreendentemente, a terceirização da manutenção foi mantida, os gastos anuais superam os R$ 110 milhões e os trens agora pegam fogo e param carregados de passageiros.
                E ainda há sempre os eternos José Soares de Paiva e Fernando Sollero, que corroboram a terceirização da manutenção, para irem à TV, às rádios e aos jornais e afirmarem que não há nada de errado com metrô do Distrito Federal.

Balanço Anual do Metrô-DF, 2012, ano base 2011:
Custo da Manutenção:






Valor dos Trens:



DFTV: manutenção do Metrô-DF é 250% mais cara que Metrô-Rio, que transporta 4 vezes mais passageiros: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/09/custo-de-manutencao-do-metro-do-df-e-250-maior-do-que-o-do-rio.html


DFTV: Trem do Metrô de Brasília sobre pane e passageiros quebram portas e janelas para escapar: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/03/metro-df-para-de-circular-e-usuarios-ficam-meia-hora-presos-em-vagao.html