terça-feira, 23 de julho de 2013

Desde o ano 2000 é mais barato ter um automóvel que pagar as passagens de ônibus (ou metrô quando existe) nas cidades brasileiras. A constatação é de um estudo do IPEA, de julho de 2013


Fonte: elaboração própria com base em IPCA (IBGE). Nota ¹ -Regiões Metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e o município de Goiânia.

        Há alguns anos estamos afirmando que os estímulos à indústria automobilística, somados às autorizações para aumentos dos preços do Transporte Público levaram o Brasil a uma situação irreal: é mais barato manter um carro do que pagar as passagens de ônibus.

          E como fosse pouco, os empresários de ônibus operam um sistema que não emite Nota Fiscal para seus clientes. Ou seja, o passageiro não recebe uma Nota Fiscal  para cada passagem que compra. 

             Assim, quando vão negociar com as prefeituras e governos estaduais, os empresários de ônibus levam planilhas feitas por eles mesmos, com valores elaborados por eles mesmos, sem qualquer verificação de verdade pela inexistência do controle do caixa das empresas, já que elas não emitem Nota Fiscal . 

            Se um camelô tem suas mercadorias apreendidas por não ter Nota Fiscal, por que os empresários de ônibus podem fazer um serviço sem emitir Nota Fiscal?

      Se acusa-se  os  camelôs de estarem vendendo produtos que tem origem na criminalidade, o que se pode dizer dos empresários de ônibus, que vendem um serviço (péssimo) sem emitir Nota Fiscal?

                                Enquanto isso, a Indústria Automobilística...



Esquerda: restos do complexo de fábricas e escritórios da Packard, a maior fábrica de automóveis em Detroit. À direita, restos da fábrica da Cadillac. Quando as vendas de automóveis chegaram ao limite, as fábricas fecharam e demitiram. Em alguns casos, mudaram suas linhas para países com mão-de-obra mais barata, onde podiam ter lucros maiores.

           Ao mesmo tempo, as cidades não cabem mais a quantidade de automóveis que são fabricados no Brasil com toda sorte de incentivos: isenção do IPI, doação de terrenos, isenção de ICMS, instalação gratuita de água, esgoto e energia. São 39 milhões de novos automóveis desde 2000. Enquanto isso, a população cresceu somente 25 milhões!

            E tudo isso para uma indústria que possui uma tradição de abandono e de demissão de empregados. No Brasil, a Chrisler recebeu apoio do governo paranaense para se instalar. Com menos de 3 anos de funcionamento, fechou a fábrica em S. José dos Pinhais por ordem da matriz norte-americana, demitindo mais de 1.200 empregados. A GM encerrou a linha de produção do Corsa e demitiu mais de 1.800 empregados na fábrica de S. José dos Campos. 

          Nos EUA, as fábricas demitiram e fecharam até mesmo em Detroit, levando à prefeitura da cidade pedir falência em julho de 2013. Quando não há mais compradores, as fábricas simplesmente fecham. 

       E  é exatamente esse quadro que estará se repetindo no Brasil se as indústrias automobilísticas e as empresas de ônibus comandarem a Economia e o Transporte Público: após lucrarem bilhões, fecharão as portas e deixarão apenas desemprego e miséria.

Um comentário:

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    Um de nosso clientes é uma empresa inovadora no segmento de Logística e Transporte, chamada Uship (http://www.uship.com/br/ ).
    Pensando no meio ambiente, a Uship possui um diferencial a esse segmento de transportes online de fretes, cargas e mudanças, com o serviço de frete ecológico, onde otimiza cargas de caminhões, reduzindo as emissões de CO2.

    Acompanhando o blog e as temáticas ao meio ambiente e transportes, gostaria de saber, se há possibilidade de enviarmos um artigo sobre o assunto ao blog? Acredito que nosso conteúdo será de grande valia aos leitores.

    Qualquer dúvida estou à disposição.
    Ruth
    E-mail: ruth@wsidm.com.br

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