sexta-feira, 26 de julho de 2013

O TREM DE ALTA VELOCIDADE ESPANHOL NÃO POSSUÍA O EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA QUE REDUZ A VELOCIDADE?


No vídeo do sistema de segurança da Renfe, observa-se que o segundo vagão já entra na curva descarrilhando. Provavelmente, por ser mais leve que a locomotiva, já estava instável desde o início da curva. Ao tombar, leva em efeito dominó os outros vagões de passageiros e por fim, até a locomotiva.


O acidente com o trem de alta velocidade espanhol, dia 24 de julho, que já acusa 78 mortos, deixa uma pergunta no ar: não havia o equipamento eletrônico de redução de velocidade? Em todo metrô existe este equipamento, chamado popularmente pelo nome de marca Wee Z-Bond. O trem de alta velocidade espanhol entrou a 180 km/h em uma curva que deveria ser feita a 80 km/h. Por que esse excesso de 100 km/h não foi bloqueado, se representava um risco à segurança do trem? Caberia somente ao piloto-maquinista essa operação?

Chamado popularmente de Z-Bond, o aparelho eletrônico detecta a passagem dos trens. Está instalado sobre um dormente e é alimentado por energia elétrica. Quando o primeiro trem passa, o Z-Bond determina a distância mínima de segurança para que o segundo trem tenha de manter do primeiro.

Além disso, o Z-Bond pode ser apenas programado para reduzir a velocidade de um trem que passar por ele e esteja acima da velocidade da via. Por exemplo, em uma via que a velocidade seja de 80 km/h (metrôs em geral, como São Paulo ou Brasília), se um trem passar a 110 km/h, ele automaticamente terá a velocidade reduzida para o limite de 80 km/h.

Se o Z-Bond estiver programado para manter distância entre dois trens, ele pode inclusive fazer o segundo trem parar até o primeiro trem ficar a uma distância considerada segura. Por isso os trens de metrôs circulam a distâncias tão curtas e a intervalos de tempo tão reduzidos.

Na foto, um Wee Z-Bond instalado sobre o dormente de concreto. Os cabos conectados são de energia elétrica e de dados. Ao que o trem passa sobre ele, aciona o equipamento que reduz a velocidade ou mesmo pára o trem.


Então, o que nos surpreende é por que o trem de alta velocidade espanhol não possuía em funcionamento o Z-Bond, que é um equipamento padrão em metrôs e deveria ser um equipamento padrão em trens de alta velocidade...

Essa pergunta é chave para responder o por quê do acidente com o Trem de Alta Velocidade Espanhol da Renfe? É importante mencionar que a Renfe é uma empresa privada que adquiriu a exploração do Trem de Alta Velocidade durante as privatizações espanholas. Será que por economia de custos, a Renfe não teria instalado os Z-Bonds ou mesmo retirado os equipamentos?

Existe uma prática nociva de reduzir os gastos com segurança ferroviária para aumentar os lucros, já que os equipamentos de segurança não custam poucos centavos. Será que foi o ocorrido na Espanha?

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